Pular para o conteúdo principal

Tire suas conclusões !!!

          A Dieta dos Carboidratos Essências é norteada pela Publicação do Livro: "Dr. Atkins' Diet Revolution" 1973, idealizada pelo médico cardiologista Robert Atkins na qual a restrição da ingestão de carboidratos e o aumento da ingestão de proteínas e gorduras é responsável pela sua ação.
         
            A dieta têm em seu período de duração 4 fazes que são elas :

Indução
        
         Dura em torno de 2 semanas e tem o objetivo de forçar o corpo a entrar no processo de cetose rapidamente, limitando o consumo de carboidratos a 20 gramas por dia. Nessa fase é onde ocorre a maior perda de peso (3 a 4 kg).

Perda de Peso Contínua

           Nessa fase, a ingestão de carboidratos pode ser aumentada em 5 gramas por dia e dura até que o peso esteja em torno de 5 kg acima do desejado. O objetivo dessa fase é determinar qual a quantidade de carboidratos máxima que faz com que você perca peso.

Pré Manutenção

         A ingestão de carboidratos é aumentada até que se determine a quantidade que faça com que a pessoa não ganhe peso.

Manutenção

          Fase que incentiva a pessoa a manter os hábitos alimentares das fases anteriores e dura pelo resto da vida, com possibilidade de voltar às fases anteriores caso necessário.

        Então quais são os Altos e baixos das dietas à base da dieta da proteína:

Fatores Favoráveis

• Níveis glicêmicos menores de glicose, insulina e colesterol.
• Pode funcionar como um impulso inicial. (Devido à rápida perda de peso nas primeiras fases da dieta).
• Estudos têm mostrado benefícios no perfil lipídico.
• Em obesos inativos estudos relatam dobro da perda de peso e de gordura após 3 – 6 meses.

Fatores Desfavoráveis

• Mau hálito
• Dor de cabeça
• Falta de disposição
• Náuseas
• Fadiga Muscular
• Cetoacidose (produção excessiva dos corpos cetônicos, acarretando menor pH sanguíneo)
• Perda de massa muscular e óssea.
• Aumento da incidência de doenças cardiovasculares
• Sobrecarga dos rins e fígado
• Deficiência de micronutrientes.
• Afeta o SNC podendo comprometer a função cognitiva.

O que a literatura descreve sobre a Dieta da Proteína:

          O estudo proposto por Edward F. Coyle, Ph.D., FACSM, Professor Departamento de Cinesiologia e Educação em Saúde Universidade do Texas, campus de Austin, faz uma comparação da perda de peso corporal com a dieta pobre em carboidratos x dieta tradicional. Dados aos 0, 3 e 6 meses representam as médias combinadas dos resultados publicados no trabalho de Brehm e col (2003) e Foster e col. (2003); apenas os sujeitos do estudo realizado por Foster e col. (2003) seguiram as dietas por 12 meses. As diferenças entre as duas dietas apresentaram diferenças estatística significativo após 3 a 6 meses, mas não após 12 meses.
TX,Sports Science Exchange,jan/fev/mar, 2005.

          Entretanto Meta-análise realizada em 2006, com 87 estudos com 165 grupos de intervenção, nas quais os critérios de inclusão são: estudos em inglês, com déficit energético de pelo menos 1000kcal/dia, em indivíduos com idade ≥ 19 anos e tempo de intervenção ≥ 4 semanas, indicam que dietas contendo entre 35-41,4% de carboidratos proporcionou:
• Perda adicional de peso – 1,74kg
• Perda adicional de massa magra – 0,69kg
• Perda adicional de gordura – 1,29%
• Perda adicional de gordura – 2,05kg

          E em período de seguimento maior que 12 meses, indicam dietas contendo entre 35-41,4% de carboidratos proporcionou:

• Perda adicional de peso – 6,56kg
• Perda adicional de massa magra – 1,74kg
• Perda adicional de gordura – 3,55%
• Perda adicional de gordura – 5,57kg

Resultados:

• dietas contendo valores maiores de 1,05 g/kg de proteína promoviam um ganho adicional de 0,6 kg de massa magra quando comparado ao consumo menor ou igual 1,05 g/kg no período de 4 semanas de intervenção.

• dietas contendo valores maiores de 1,05 g/kg de proteína promoviam um ganho adicional de 1,21 kg de massa magra quando comparado ao consumo menor ou igual 1,05 g/kg no período maior que 12 semanas de intervenção.

          Concluindo que dietas com baixo conteúdo de carboidratos e ricas em proteína afetam positivamente a composição corporal independente da quantidade de energia consumida, o que em parta embasa as vantagens metabólicas deste tipo de dieta.

         Porém efeitos em longo prazo não foram bem estabelecidos, para Oliveira (2006) em artigo publicado pela Revista Brasileira Nutrição Clinica, Nutrição no idoso: indicação e discussão de “dietas da moda” em geriatria, trás átona a discussão dos efeitos adversos a longo prazo das Dieta da Proteína, como nefrolitíase e a osteoporose (mobilização do cálcio ósseo induzida pela acidose metabólica subclínica e reabsorção óssea desencadeada pelo baixo pH) nas quais em idosos os efeitos dessa dieta é mais preocupante devido ao aumento da excreção renal de cálcio e progressão da insuficiência renal crônica, concluindo que são necessário estudos prospectivos para saber seu efeito de forma mais segura.

         No entanto no estudo de revisão publicado em 2007 na Revista Americana de Nutrição Clínica, Low-carbohydrate nutrition and metabolism, com periódicos publicados entre 2002 e 2006, apontam redução do consumo calórico quando a quantidade de carboidratos é reduzida a 5-10% do VET, queda nas concentrações de Leptina (50%) e NPY(15%), queda nas concentrações de insulina – redução do consumo e nas primeiras quatro semanas a presença plasmática de corpus cetônicos eleva-se, no entanto, após esse período, retorna a níveis pouco acima do considerado normal. Além dos estudos mostrarem benefícios no perfil lipídico o que torna um ponto a favor para seu uso. Entretanto os autores salientam há necessidade estudos de longo prazo, principalmente para avaliar seus efeitos na hiperglicemia, hiperinsulinemia e resistência à insulina.

Opinião dos escritores:

         São necessários estudos com maior duração para avaliar a possível eficácia clínica e segurança da Dieta do Dr. Atkins como ferramenta terapêutica na redução e manutenção de peso a longo prazo.
         Seja qual for a dieta indicada, o melhor é sempre usar o bom senso e lembrar que sempre é necessário individualizar o tratamento.

A final você é a favor ou contra a Dieta dos Carboidratos Essências?



“Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás".

(Ernesto Guevara)

Obrigado pela participação! Aguardem a nova enquete do ano de 2011 !!!

Autores:
João Pedro Castelo Branco
Lucas Mascarelhas
Referências Bibliográficas:

• Edward F. Coyle, Ph.D., FACSM, Altos e baixos das dietas à base de carboidratos, Sports Science Exchange,jan/fev/mar, 2005.
• Brehm, B.J., R.J. Seeley, S.R. Daniels, and D.A. D’Alessio(2003). A randomized trial comparing a very low carbohydrate diet and a calorie-restricted low fat diet on body weight and cardiovascular risk factors in healthy women. J. Clin. Endocrinol. Metab. 88: 1617-1623.
• William S. Yancy Jr.,Et col. A Low-Carbohydrate, Ketogenic Diet versus a Low-Fat Diet To Treat Obesity and Hyperlipidemia, Ann Intern Med. 2004;140:769-777.
• Regina das Neves Girão Montilla, Et col., RELAÇÃO CÁLCIO /PROTEÍNA DA DIETA DE MULHERES NO CLIMA TÉRIO, Rev Assoc Med Bras 2004; 50(1): 52-4
• [ON LINE] www.abeso.org.br/dietadodratkins.htm, acesso em 28/05/08 às 17:31.
• [ON LINE] www.nutritotal.com.br/dietadasproteinas, acesso em 16/06/08 às 18:15.
• [ON LINE] http://www.saude.hsw.uol.com.br/piramidealimentar, acesso em 10/10/08 às 11:20.
 Patrícia Amante de Oliveira1, Celso Cukier2, Daniel Magnoni3, Nutrição no idoso: indicação e discussão de “dietas da moda” em geriatria., Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(1):48-53

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fórmulas para cálculo das necessidades calóricas de Gestantes

1. Recomendação da RDA 1989 (NCR, 1989): 1º Trimestre  • Peso pré-gestacional GET = TMB X FA A partir do 2º Trimestre GET (pré-gestacional) + 300Kcal   Fórmulas para o cálculo da TMB:   10 A 18 anos = 12,7 X P + 746 18 a 30 anos = 14,7 X P + 496 30 a 60 anos = 8,7 X P + 829 Fator atividade:  Leve – 1,56 Moderada – 1,64 Intenso – 1,82 Adicional energético: 300 Kcal (a parti do 2 º semestre) Método Individualizado ( 1 Kg = 6400 Kcal) 2. TMB pelo método prático   VET= Peso ideal pré-gestacional x valor recomendado + 300 (a parti do 2º trimestre). Obs: Se estiver no 1º trimestre, não há necessidade de calcular o adicional energético, o valor energético diário é o mesmo do período pré- gestacional. VET= Peso ideal gestacional x valor recomendado (Utilizado quando não tem o PPG)    Valor recomendado:  Kcal = PG ideal X 36 Kcal (adultos)  Kcal = PG ideal X 40 – 50 Kcal (Gestante baixo peso e adolescentes)  Kcal = PG ideal X 30 ...

Necessidade Energética Estimada (EER)–IOM/2002

Segue abaixo fórmulas para estimar o gasto energético em diferentes faixas etárias. EER para crianças de 3 a 8 anos Menino EER = TEE + deposição de energia EER = 88,5 –(61,9 x idade [anos]) + PA x(26,7 x peso [kg] + 903 x altura[m]) + 20 kcal PA é o coeficiente de atividade física: PA = 1.00 (sedentário) PA = 1.13 (pouco ativo) PA = 1.26 (ativo) PA = 1.42 (muito ativo) Menina EER = TEE + deposição de anergia EER = 135,3 –(30,8 x idade [anos]) + PA x(10,0 x peso [kg] + 934 x altura[m]) + 20 kcal PA é o coeficiente de atividade física: PA = 1.00 (sedentário) PA = 1.16 (pouco ativo) PA = 1.31 (ativo) PA = 1.56 (muito ativo) EER para adolescentes de 9 a 18 anos Menino EER = TEE + deposição de energia EER = 88.5 –(61.9 x idade [anos]) + PA x(26.7 x peso [kg] + 903 x altura[m]) + 25 kcal PA é o coeficiente de atividade física: PA = 1.00 (sedentário) PA = 1.13 (pouco ativo) PA = 1.26 (ativo) PA = 1.42 (muito ativo) Menina EER = TEE + deposição de energ...